domingo, 16 de janeiro de 2011

Apresentação

Segundo alguns pesquisadores, a cerâmica indígena amazônica data de aproximadamente 7.000 anos e é originária dos povos que habitavam a região do Marajó.
      Eram três os tipos de Cerâmica:
      1. Cerâmica Maracá: originária do Amapá, são basicamente urnas zoomorfas, antropomorfas e tubulares;
      2. Cerâmica Tapajônica: é tridimensional, caracterizada por figuras humanas e de animais. Trabalhavam somente com peças pequenas: cariátides, gargalos, ídolos, pratos, etc. Os grandes vasos são os Mundurucus;
      3. Cerâmica Marajoara: peças altamente elaboradas, caracterizadas pela exuberância e variedade de decoração. Sobressaem-se as tangas, urnas funerárias, vasos e estatuetas.
      Os povos desta região desapareceram em 1.350 d.C., deixando um legado inestimável de sua arte, que parecia fadada a peças arqueológicas expostas em museus, até que em meados da década de 70 verificou-se no Bairro do Paracuri - em Icoaraci (Belém/Pará/Amazônia) - o que seria o começo de uma fase de grande reprodução de réplicas imitando o estilo de obras pertencentes ao Museu Emílio Goeldi-Belém PA (reconhecido mundialmente como um dos mais importantes institutos de investigação científica da Amazônia).
      As obras mais reproduzidas foram as das civilizações marajoara e tapajônica, por serem ricamente ornamentadas em cores, incisões e excisões próprias dessas culturas.
      Paralelo ao trabalho com réplicas, foi se configurando um estilo ímpar que os próprios artesãos denominam de Cerâmica Icoaraciense, que traduz na delineação de novos traços e introdução de elementos peculiares à paisagem regional. Hoje a cerâmica icoaraciense é altamente consumida e junta os traços indígenas milenares, os motivos florais estampados em vasos modelados com as formas tradicionais da cerâmica amazônica. Os desenhos retratam o sol, a lua, rios e outros elementos que o indígena, embora em contato direto com a natureza, jamais reproduziu em seus trabalhos. Curiosamente, no acabamento das peças hoje produzidas mantêm-se as bordas típicas das genuínas peças marajoaras.
      Mais recentemente passaram a fabricar peças de cerãmica em Argila Beneficiada. A argila que utilizamos na confecção destas peças é cuidadosamente processada para retirar todas as impurezas, dando ao produto uma melhor qualidade no que se refere à estética, queima e resitência. As cores são obtidas com corantes minerais, muitos dos quais, coletados nas praias da vizinha Ilha de Caratateua (Outeiro).
      Admirada em todo mundo, a cerâmica indígena amazônica encontra no bairro do Paracuri, seu maior centro produtor. A grande concentração de artesãos no Paracuri deve-se ao fato do bairro ser entrecortado pelo igarapé do Paracuri, que é fornecedor de argila (matéria-prima necessária para confecção das peças), além de servir como via de escoamento da produção. A tradição ceramista garante a perpetuação dessa forma de arte, pois o artesão, que aprendeu o ofício com seus pais, hoje, o repassa a seus filhos.
      O resultado final é um trabalho híbrido e único, que temos o prazer de trazer a você. Deixe-se encantar!!!